terça-feira, 5 de maio de 2015

"JOÃO PRECISA MELHORAR MUITO PARA SER CONSIDERADO REGULAR".

Em entrevista ao JC, ele defende a ida de Eduardo Amorim para o PSDB e elogia a atuação de Luciano Bispo (PMDB) no comando da Assembleia.


O líder da oposição na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Samuel Alves (PSL), mantém sua posição de defender o lançamento de uma candidatura própria do seu agrupamento em Aracaju contra o atual prefeito João Alves Filho (DEM). “Não tenho a menor dúvida que esse grupo unido chegará ao comando da prefeitura da capital”, dispara. Em entrevista ao JC, ele defende a ida de Eduardo Amorim para o PSDB e elogia a atuação de Luciano Bispo (PMDB) no comando da Assembleia Legislativa. Leia na íntegra:

w JORNAL DA CIDADE - O senhor já defendeu que seu grupo não deve apoiar o projeto de reeleição do prefeito João Alves Filho (DEM). Ele não os prestigiou, não deu espaço?
SAMUEL ALVES - Só tive acesso (ao prefeito João) nas carreatas pelos bairros de Aracaju pedindo votos, em 2012. Mas essa é uma questão de ordem política. O que tem pesado na minha opinião é a falta do cumprimento daquilo que foi apalavrado durante a campanha. Estou falando do que foi prometido em benefício do povo que, até hoje, pouca coisa – quasenada – saiudo papel. Vemos diariamente reclamações de que os serviços básicos não funcionam a contento. Moradores das mais diversas localidades nos pedem algumas iniciativas em favor dos bairros e da própria população, encaminhamos ao Executivo, mas não se resolve. Eu fui coordenador de rua da campanha de João, lutei todas as noites em 2012. Em 2014 ele colocou dois candidatos a deputados estaduais nas minhas maiores bases em Aracaju. A recompensa ao meu esforço e ao meu compromisso para com ele foi cruel.

w JC - Se não for João, quem seriam os candidatos do grupo que possuiriam densidade eleitoral para entrar na disputa pela Prefeitura de Aracaju? O senhor é uma opção?
SA - Fazemos parte de um grupo forte, consolidado politicamente e que, na hora certa, vai se posicionar no cenário. Já disse publicamente que o meu nome está à disposição, mas dentro do agrupamento existem várias outras referências, com grande potencial eleitoral, como o deputado federal André Moura, como o senador Eduardo Amorim e tantos outros. Não tenho a menor dúvida que esse grupo unido chegará ao comando da prefeitura da capital. Temos representações na Assembleia Legislativa, na Câmara Federal, no Senado da República, nas Câmaras de Vereadores, em vários Executivos municipais. Temos trabalhado para fortalecer ainda mais esse grupo. De uma coisa todos nós estamos convencidos: o eleitor não quer voltar ao passado recente, nem permanecer com o passado distante. Meu nome continua à disposição do grupo, até porque fui o deputado estadual mais votado do agrupamento, em Aracaju. Mas, como disse, há o tempo certo para se discutir essa questão, com calma, avaliando os cenários e nos posicionando de acordo com o que vemos e veremos nas ruas.

w JC -  Como o senhor avalia a gestão de João Alves?
SA - A gestão do prefeito João Alves Filho precisa melhorar muito para ser considerada regular. Em recente pesquisa João foi rejeitado por mais da metade dos aracajuanos. Penso igual à população. João Alves prometeu muito e até agora não fez quase nada. O concurso para a Guarda Municipal não saiu, assim como o estatuto do servidor municipal, o BRT, a linha viária duplicando a Avenida Euclides Figueiredo, o projeto rodando no macio. Prometeu melhorar a mobilidade urbana e tantas outras coisas e nada foi feito até agora.

w JC - Há uma disputa entre André Moura e Eduardo Amorim pelo comando do PSC? Quem lidera o senhor é o grupo?
SA - Não existe disputa entre os dois líderes. Ao contrário. Quem convive com ambos percebe a sintonia e a afinidade pessoal e política. O que há é muita maldade plantada por quem deseja ver o grupo esfacelado. Posso dizer que esse é um desejo frustrante, pois cada dia mais estamos unidos e preparados para defender os projetos em que acreditamos e que o povo quer ver concretizado. Dentro do agrupamento do qual faço parte todos decidem. Tudo é democraticamente discutido e decidido, ouvindo a todos, no que pese haver um presidente que é o deputado André Moura. O senador Eduardo Amorim não tem essa vaidade. Aliás, ele não é presidente por decisão própria.  

w JC -  No grupo do senhor já estão discutindo a disputa pelo Senado? Laércio Oliveira, André Moura, Eduardo Amorim já estão com candidaturas postas?
SA - Do ponto de vista eleitoral e constitucional não há nenhuma ilegitimidade. Claro que nada está definido, mas o fato de sabermos que existem vários nomes já experimentados eleitoralmente e com potencial é muito bom e confortante para qualquer grupo. Isso fortalece o grupo. Não tenho a menor dúvida que no momento oportuno os nomes do candidato ao governo e ao Senado serão apontados e seja quem for, indiscutivelmente, serão grandes candidatos que vão estar nas ruas, junto com todo o agrupamento, pedindo o voto de confiança do povo e mostrando as suas ações. Qual grupo não ficaria feliz tendo quadros com tamanha força eleitoral? Não tenho dúvida da força política do nosso grupo.

w JC -  O que o senhor acha do convite que o senador Eduardo Amorim recebeu para ingressar no PSDB?
SA - Achei excelente. Eu defendo que o deputado federal André Moura fique no PSC e Eduardo vá para o PSDB. O partido é uma grande agremiação que, infelizmente, não tem crescido. Penso que a ida do senador Amorim dará uma oxigenada e com isso ganharemos mais força eleitoral, tempo de tevê, além de trazer um grande partido para o bloco. Todos nós sairemos fortalecidos. Nosso grupo é formado por líderes. Tudo é decidido em grupo.

w JC -  Como está a gestão de Luciano Bispo na AL? Os deputados estão contentes?
SA - O presidente Luciano tem feito uma gestão democrática e muito transparente. A Assembleia está se aproximando mais da população. Reduzimos os gastos com pessoal em 32%; a TV Alese será aberta ao povo até agosto deste ano; acabamos as subvenções. Não tenho dúvida de que o presidente, junto com os demais membros da mesa e os deputados, está conduzindo o Legislativo pelo caminho certo e melhorando a sua imagem, enquanto Parlamento. Luciano Bispo tem tido uma boa relação com os deputados, com o governo e com os meios de comunicação. Não temo em dizer que ele está sendo um dos melhores presidentes do Poder Legislativo dos últimos anos. Também acho que a Assembleia vai se aproximar ainda mais da população a partir de algumas ações que estão sendo planejadas. Estamos convencendo o presidente para que a Casa Legislativa faça campanhas contra as drogas, campanhas na área da saúde, abrindo o debate sobre temas polêmicos, que estão na ordem do dia e que precisam ser discutidos e enfrentados, sem medo. Acho que essa é a forma de aproximar o povo da sua Casa.

w JC - O que achou do fim das subvenções?
SA - Muita gente vai perder com o fim das subvenções, mas da forma queestão tratando o tema, só poderíamos seguir esse caminho. Até as entidades beneficiadas e não divulgadas pelo Ministério Público Federal (MPF) vão perder porque não quiseram defender a permanência. Dentre elas, estão hospitais, igrejas Católica e Evangélica, associações reconhecidas pelo bom trabalho desenvolvido. Só restou aos deputados por fim. Sempre defendi isso e acho que não errei,até que tenhamos a situação estabilizada.

w JC - Como está a atuação de Mendonça Prado na SSP?
SA - O secretário Mendonça Prado pediu cem dias, o prazo acaba semana que vem. Eu já o convidei para voltar à Assembleia Legislativa e mostrar o diagnóstico da Segurança Pública de Sergipe, a partir desse tempo pedido por ele. Os deputados e a sociedade sergipana precisam saber quais são os projetos que ele pretende implementar para melhorar a segurança, no presente e futuro do povo de Sergipe. Até agora temos a mesma política adotada há oito anos. O governo tem dado poucas condições aos comandos da SSP e, assim, eles vão levando.

Fonte:  Jornal da Cidade

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