domingo, 1 de março de 2015

CAPITÃO SAMUEL DIZ QUE PODE DISPUTAR A PREFEITURA.


Deputado estadual em seu segundo mandato, Capitão Samuel Barreto (PSL) revela com exclusividade ao Jornal do Dia que seu nome é um dos que estão colocados à mesa para concorrer à eleição de prefeito de Aracaju no próximo ano. Ele assumiu na atual legislatura a liderança da bancada de oposição na Assembleia Legislativa e diz que fará o trabalho com muita tranquilidade.

Na entrevista, o deputado também fala sobre a polêmica com as verbas de subvenções, sobre sua relação com o governador Jackson Barreto, sobre oposição na AL e sobre a eleição de 2014, na qual teve uma votação (23.984 votos) bem abaixo da que obteve em 2010 (43.370 votos). "Eu acredito que a família militar, principalmente, achou que eu como capitão multipliquei por três o salário deles, mas eu como deputado iria multiplicar por sessenta. Aí as aspirações não aconteceram", analisa.
Veja a seguir os principais trechos da entrevista:

Jornal do Dia - O senhor assumiu um papel muito importante nesta legislatura, mas também muito difícil, que é a liderança da oposição na Assembleia Legislativa. Como está sendo o início de trabalho?
Capitão Samuel - Melhor do que eu pensei. Porque ao meu lado eu tenho um Pelé, o ex-líder Venâncio Fonseca, sempre me apoiando em tudo. Mas a grata surpresa é Georgeo Passos, que chegou com um conhecimento jurídico muito grande e um desejo de conhecer cada vez mais. Ele lê diariamente o Regimento Interno e isso facilita muito o nosso trabalho. Estou com muita tranquilidade. A única coisa que vejo de dificuldade, será na hora das votações de projetos. Mas infelizmente o povo terá que compreender que nós vamos debater muito, cobrar muito e exigir correções nos projetos que possam prejudicar a população. Mas na hora da votação vence a maioria e isso o governo tem aqui na Casa. No entanto, saberemos fazer oposição na forma que a população está esperando e que a democracia exige.

JD - Por ser um deputado de segundo mandato, o senhor já conseguiu construir uma boa relação com o parlamento? Já conseguiu a confiança dos demais colegas?
CS - Nos quatro anos que passaram eu construí uma relação de amizade com a base do governo e com os demais deputados que fazem a nossa base. Não terei dificuldades com relacionamento. Claro que em alguns momentos teremos embates mais duros, quando as pessoas irão ver acirramento de ânimos, e talvez um ou dois dias de cara feia. Mas isso é normal num parlamento. Ademais, a relação é de respeito mútuo com todos, preservando sempre a amizade, porque também somos seres humanos normais como qualquer outro.

JD - Ficou alguma espécie de mágoa ou decepção por causa da votação de 2014, após uma vitória estrondosa em 2010?
CS - Eu acredito que a família militar, principalmente, achou que eu como capitão multipliquei por três o salário deles, mas eu como deputado iria multiplicar por sessenta. Aí as aspirações não aconteceram, até porque não é papel do deputado concretizar benefícios para servidor - nosso papel é lutar por eles -, então a maioria da família militar ficou decepcionada e não participou da eleição. Essa foi a razão dessa queda grande. Mas em compensação outras categorias nos abraçaram com outros projetos e graças a Deus retornamos à Assembleia Legislativa. E iremos continuar com o mesmo compromisso com a família militar, com os vigilantes, com os agentes prisionais, e muito mais com o povo. O nosso compromisso é garantir a segurança deles.

JD - O senhor deixou de lado o perfil exclusivo de um militar na Assembleia e abraçou outras causas durante o mandato. Foi isso que lhe salvou na política?
CS - Esse é o caminho que nós vamos trilhar novamente nos próximos quatro anos. Não tem nem como eu me afastar disso. Hoje quando se fala em sindicatos, movimentos sociais, lembram logo do Capitão Samuel. Mas os militares também vêm aqui procurar nosso gabinete e continuam sendo atendidos. Todos irão continuar sendo atendidos pelo Capitão Samuel. E a sobrevivência política a gente vê como é que fica lá na frente.

JD - Em relação à polêmica com a distribuição das verbas de subvenções, o senhor está tranquilo com tudo o que foi feito pelo seu gabinete? Há o que temer?
CS - Qualquer coisa fora do normal lhe traz preocupação. Mas a acusação que está posta no processo do Ministério Público Federal levada ao Tribunal Regional Eleitoral não me preocupa. São três acusações, mas nenhuma delas diz que eu roubei dinheiro, que alguém me devolveu dinheiro, nada disso. Nas três a procuradora (Eunice Dantas) diz que eu poderia ter um ganho político por ter indicado aquela determinada entidade. Ou eu não deveria ter indicado aquela entidade porque ela não deveria receber a verba, não presta serviço social. Primeiro: quem indica sou eu, mas quem paga é a Assembleia. Segundo: o trabalho que essa entidade estará desenvolvendo, quem tem que fiscalizar é a assembleia e o Tribunal de Contas, não é o deputado. E quem diz que ela está pronta para receber a subvenção é a lei que garante a utilidade pública para essas entidades. E quanto às associações que eu indiquei, não fiz lei de utilidade pública para nenhuma. Todas as três já tinham titulo de utilidade pública muito antes de eu ser deputado. Então, fico tranquilo e confio na justiça e naquilo que eu fiz com minhas responsabilidades. 

JD - Como a oposição está se organizando para as eleições de 2016, principalmente na capital?
CS - A decisão do grupo composto pelo PTC, PSC, PSL, PP é ter um candidato próprio a prefeito de Aracaju. Dois nomes já surgiram: de Eduardo Amorim e do Capitão Samuel. Mas isso ainda será muito discutido em reuniões. Eu acho que a gente tem que definir logo um nome nesses próximos 30 dias. Definido o nome, até o final de março, todos devem se somar e começar a trabalhar esse nome para apresentar à população, e através de pesquisa a população vai dizer da aceitação ou não. 

JD - Com isso vocês descartam um possível apoio à reeleição de João Alves Filho?
CS - Nós não descartamos ninguém. Estamos procurando um nome para colocar como candidato a prefeito. E o povo é quem decide. Vamos trabalhar o nome, e se o povo não aceitar através de pesquisa até julho ou agosto, aí abriremos espaço para conversar com todos que serão candidatos a prefeito. Absolutamente todos, independente de que lado esteja, inclusive o próprio prefeito João Alves.

JD - O senhor tem uma relação cordial com o governador Jackson Barreto, ou uma relação tumultuada, como sempre é dito na imprensa?
CS - Sempre tive relação cordial com Jackson Barreto, antes da eleição. Durante a eleição, temos lado definido. E quando ele está de um lado, ele derruba um coqueiro. Não quer saber onde o coco vai cair. E o meu estilo de fazer política também é assim. Se eu tenho o meu lado, todo mundo sabe e eu vou para dentro. Se precisar derrubar o coqueiro, também derrubo. Então, em razão da eleição, quando terminou, ele estava meio triste pela forma como fiz política com ele. E eu também estava triste com ele, é lógico. Mas isso eu acho que já passou. Quando ele veio aqui na Assembleia nos tratamos cordialmente, da forma que tem que ser com todos os homens públicos. Somos adversários, mas não somos inimigos. Então, naquilo que for bom para Sergipe, ele pode contar com a oposição, e naquilo que não houver consenso nós vamos ser contra e bater forte. Vamos cobrar aquilo que ele prometeu, sem criar nada, porque a população quer isso. Acho que esse é o papel da oposição, respeitando as pessoas, as individualidades e as autoridades.

Fonte:  Jornal do Dia

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